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Figueira - Patrimônio Histórico de Santo Antônio das Missões



    A histórica Figueira, símbolo da cidade de Santo Antônio das Missões, árvore plantada na década de vinte por um negro velho de nome Tibúrcio Moreira a mando do comerciante Manoel Cavalcante, que era estabelecido nesse local. 
    À direita da Figueira e a sua retaguarda existia uma casa comercial de campanha na época, cujo comerciante era um Senhor de nome Manoel Cavalcante, estabelecido na comunidade, mas mui bonachão parceiro de todo mundo e quem poderia prever o causo que seria sucedido.
    O bolicho era ponto de sesteada e até mesmo de pousada de teatinos e viajantes, “tinha de um tudo um pouco”, já que por ali passava a estrada São Luiz Gonzaga e São Borja. Na época Vila Treze de Janeiro, seu estabelecimento comercial e residencial era de construção modesta, paredes de tábuas e coberta de telhas.
    O que faltava era sombra, o sol nas missões transforma verdadeiramente nossa terra vermelha em um torrão. No período do mormaço o sol é mais que abrasador, o melhor taura só sai para camperiar na madrugada e ao entardecer, fora disso não há cristão que aguente. Fez-se necessário plantar uma árvore que abrandasse o calor e presenteasse a todos com uma sombra.
    Tibúrcio, negro velho, tordilho, grisalho, parceiro, desses que não havia nada ruim na vida, cliente e amigo frequentava a venda do Cavalcante, que lá ia tomar “uns tragos” se oitavava no balcão e ficava a “prosea”.
    Certa feita num domingo de sol mês de janeiro, logo pela manhã chegou Tibúrcio, ao desmontar de vereda já golpeou um trago de canha. O bolicheiro serviu-lhe outro e disse: “Te dou uma garrafa de canha se conseguires uma muda de Figueira e plantares ai na frente”. Imediatamente Tibúrcio se lançou montado no seu “rosilho” e foi ao mato à procura da encomenda. Logo o negro vivido e macanudo estava de volta trazendo a muda de Figueira, ao chegar cobrou a garrafa de cachaça prometida. 
    E assim com todo o respeito e pericia foi plantar a árvore. Volta e meia golpeava outro trago, mas com paciência e sabedoria cuidava de bem guarnecer a Figueira. E ali lindassa ficou.
    Como quem escreve um livro, como quem se dedica a uma criança, vencido pelos anos e tostado pelo sol, a beira da Figueira que nem sombra fazia, Tibúrcio se oitavou num canto, na sombrita do bolicho, talvez se sentindo mal, mas como sempre levou sua vida com humildade e honra, quieto, golpeou o ultimo trago, de cantinho, se despediu da vida.
    Momentos depois, alguém chamou a atenção do dono da venda que Tibúrcio estava caído, neste instante passava pelo local o Dr. Cândido, médico em São Luiz Gonzaga, que chamado por Cavalcante examinou Tibúrcio e constatou que ele estava morto.
    Aquele negro sério cumpriu até o último ato, no esgaçar da vida, o que se comprometia. E como missão a Figueira Missioneira tem de dar sombra e fazer feliz, quem embaixo dela se abrigar, pois quem a plantou, não pode de sua sombra desfrutar.
    Da mão que preparou de tão bom agrado a terra, que a abrigou, lhe pagou essa missão antes do último trago. 
    "Nilton de Oliveira _pois quem a plantou, não pode de sua sombra desfrutar"
    Esta é a história da hospitaleira Figueira na Av. Florduarte José Marques em Santo Antônio das Missões. "Celeiro da Hospitalidade"

  • Sobre

  • Site: Roteiro Santo Antonio das Missões
    Site: Roteiro Entre Lendas Missioneiras
    Site: Uma Janelinha do Céu nas Missões
    Site: Túmulo do Santo dos Tropeiros
    Site: Fazenda Itaroquem 
     
    Vídeo: Figueira de Santo Antônio das Missões 2017
    Vídeo: Figueira de Santo Antônio das Missões 2014
    Site Museu Monsenhor Estanislau Wolski 
    Site: Cemitério do Itaroquem
    Vídeo: Cemitério do Itaroquem
    Imagem: Cemitério do Itaroquem

Informações

Figueira - Patrimônio Histórico de Santo Antônio das Missões
Santo Antônio das Missões, RS
Av. Florduarte José Marques, ao lado da Estação Rodoviária.
Telefone: (55) 3367-1450

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