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Cemitério dos Cativos Pajada



    Informações e localização do Cemitério dos Cativos:

    Dos tempos da escravatura, pros lados da bossoroca,
    Há uma história que choca, e até causa comoção.
    Se foi destino, ou razão; que esta cruel barbaridade
    Sirva para a humanidade repensar sua existência.
    O amor vença a prepotência – sejamos todos iguais.
    Vai sem delongas, no mais, este adágio da querência.

    Escravos fazendo taipa, muros de pedra empilhada.
    Enquanto isto, a criançada, brincava nos parapeitos.
    Unidos, sem preconceitos, cor da noite e alva cor.
    Pega-pega ao corredor, ruiu-se uma pedreira,
    E um guri correndo à beira foi ferido mortalmente.
    Foi esta morte inocente que iniciou a desgraceira.

    O fazendeiro irritado sentenciou em tom de arranco:
    “não se paga por um branco!” Era o filho da vizinha!
    E com dureza mesquinha, como se fossem culpados,
    Mandou - fossem degolados – três negros daquela ala.
    Na crueldade, sem iguala, uma cabeça decepada
    Sobre um poste foi cravada bem defronte a senzala.

    O coronel, prepotente, ao levar o gurizinho,
    Perguntou pelo vizinho, porém este estava ausente.
    Disse então, mais imponente, que a justiça fora feita.
    Que os culpados da desfeita tinham sido executados.
    O exemplo fora dado – que soubesse todo o gueto -
    Não brincar branco com preto, evitando os maus olhados.

    Ira e mágoas se juntaram na senzala em desbonança.
    Num instinto de vingança juraram o patrão de morte.
    Esperaram dia e sorte! Foi na tarde, em mormaceira, 
    O patrão sob a figueira, numa rede, sem costado.
    Capataz foi amarrado – e a soco, paus e pedradas,
    Novas mãos ensanguentadas no episódio mal fadado.

    José Fugante, o padrasto, ao voltar da carreteada,
    Falou triste, voz cansada: “não se repara um erro
    Cometendo outro erro”. Chorando a perda do enteado,
    Pediu, num ato sagrado: partilhar o mesmo chão!
    Contrariou as leis de então! Junto aos três deitou seu manto!
    Hoje jaz, num campo santo, seu pedido de perdão!

    Pajada escrita por Otavio Reichert. ( Academico - Escritor)
    Baseado em fato verídico (1840), em Igrejinha, município de Bossoroca - RS 
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    Notícia sobre a Pajada do Cemitério dos Cativos.
    Vídeo sobre o Cemitério dos Cativos.

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Informações

Cemitério dos Cativos Pajada
Bossoroca, RS
Região ds Missoes
Telefone: (55) 9118-2080

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