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08/01/2020 08:21


Sob os caminhos da lua, Renato Schorr

            Após a invernia, para o deleite da primavera, o sol se faz abundante, as plantas reverdejam os campos, as pessoas voltam a sorrir com intensidade, os jardins em flores se abrem coloridos, nas artérias citadinas a multidão se move agitada, as aves se remoçam pela plumagem, enquanto os animais se tornam reluzentes pela troca da pelagem, tornando tudo mais belo e motivador, mas é quando cai a noite que o romantismo toma conta, sob o charminho da lua, postada em seu espaço predileto, sobre o morro, se confunde com um pandeiro.
            Algumas cidades, entrecortadas por cursos d’água, se tornam ainda mais atraentes e belas, tomam ares galantes, receptivas, convidativas, envoltas em perfumados aromas, atraem para si, não apenas os humanos amantes, mas também os captadores do néctar, atraídas pelas fragrâncias nativas, pousam de flor em flor, fertilizando-as, qual ocorre nas cópulas das espécies, quando a noite traz os seus encantos, por seu charme, a lua se torna irresistível. Nossa! Sonhares com as águas do Taquarinchim e a magia dos pássaros a se banhar nas águas cristalinas e provocantes!?! Pesadelo? Nãããoo!
            Quando as brisas noturnas se deitam sobre a relva, molhando-a suavemente, a paisagem toma uma visão artística, feito lágrimas risonhas, rolando na face da mocita dengosa. Tal nas noites geladas, caindo em madrugadas sombrias e amanhecendo em campos tordilhos, que os aramados ostentam orgulhosos, as gotas de orvalho dependuradas, assim, agarradas. E, ainda que haja um estio sem piedade, dourando a pastagem, dessecando os gramados, haverá imagens de endoidecer os sentimentos, nos postados charminhos da lua, pousados sobre a imensidão, lindos esses seus douradilhos.
            A doce mania da rainha da noite, enlaçando-se as gentes, com os seus pruridos, distribuindo meiguice, irradiando ternura, as coisas da terra, qual a mãe saudosa, abraçando os filhos, em lição de humildade, espalha as suas virtudes. Ao negaciar com as estrelas, no entremeio das nuvens, invoca romances, se esquiva, desaparece, retorna pujante, rebrilha nas teias do infinito, causa inveja, mostra-se a meia face, “maldosamente” se oculta, espia por detrás da coxilha, reaparece momentaneamente, cai no horizonte - puro charminho -!
            Ah, soubessem da tua existência e sublimidade, as “luas” terrenas, com seus moldados rostos, recobertos de “púrpuras e grafites”, em “esnobes desfiles”, ousariam tais conceitos? Nobre és tu – lua -, em luar, sem luares! Nobre és tu, iluminando meus caminhos, na ausência do contraposto dos vigorosos raios solares. Ó lua minha, infinita em bondade, altiva em gestos, caridosa em ternura, universal em fraternidade, enigmática fonte de sonhares, entrincheira testemunha de encontros tafoneiros, hilária presença nas taperas. Lembras, ó rainha da noite, do ranger das moendas, no alvorecer? Dos cantares de ronda, para o pouso das tropas? Ainda, das travessias fugidias nas águas provocantes do Uruguai? Sem os teus charminhos, não haveria tanta nostalgia!
Renato Schorr 
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