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Fazenda Itaroquem



    Esses campos são os mais nobres para criação de ovelha, seus pastos naturais dão um gosto requintado a esta carne. Cantados e lembrados por Noel Guarany e Jayme Caetano Bran em cantos e pajadas o Itaroquem é um passeio as origens do Riogrande. Próximo está o Cemitério do Itaroquem, toda uma cultura de sepultar os mortos que retrata toda uma missigenação entre indios, jesuítas e pelo-duro. Também avizinhando o local onde foi morto Tibiriça o Santo dos Tropeiros e Estudantes.
          Último Bochincho Jayme Caetano Braun
         O resmungento nhenhém da acordeona conversava fazia costa, roncava, rengueando no vai e vem mal mal se enxergava alguém, entre murmúrio e relincho, ali naquele bochincho, pras bandas do Itaroquém.
         Tirei a china trigueira, com toda a delicadeza ela me olhou com surpresa e foi dizendo altaneira não é que a mamãe não queira, nem que o papai me impedisse mas ele sempre me disse - não dança com bagaceira.
         Fiquei que nem mamangava e o candeeiro estremeceu nem o tinhoso entendeu o beleléu que se armava a gaita me debochava, e atorei num sopetão em virtude do carão que aquela maula me dava.
         Saltou fumaça com poeira, quando cortei a cordeona bem pelo meio a chorona, ao correr da carneadeira parou de repente a zoeira, ficou só o ar fumacento e o meu arrependimento, prá durar a vida inteira.
         Cortar uma gaita em duas, só por capricho um pecado, o velho orgão sagrado das nossas missas charruas quantas pragas de chiruas e desaforos malucos e relampear de trabucos, tinir de adagas e púas
         Para contar o enredo, isso não é bem assim no bárbaro rintintim onde não vale segredo ali o índio que tem medo, nem que não queira se entangue sentindo o cheiro de sangue, e o choro do chinaredo
         E o que não viu, ficou vendo, o resultado do talho como quem corta um baralho, num jogo em que está perdendo foi como um chiado fervendo, num olheiro de formiga quem não tem nada com a briga, peleia se defendendo
         Num medonho solavanco, perdeu pé a bugra Raimunda, larguei um pardo cacunda e um outro meio lonanco e o gaiteiro, atrás de um banco, benzido a moda gaúcha contra bala de garrucha e folha de ferro branco
         Depois de tudo acabado, isso foi lá pelas tantas lombos cortados, gargantas e bugre descaderado sangue fresco misturado com gordura de candeeiro mas saiu limpo o gaiteiro, que o tocador é sagrado
         Quando veio o comissário, pra tratar dos seus assuntos pra encomendar os defuntos veio também o vigário inda hoje o vizindário, quando fala se arrepia nunca mais desde esse dia, festejei aniversário
         E a china!!? Não sei da china, pra onde foi, de adonde veio lambe sal nalgum rodeio da pampa continentina cortando talvez a clina, na minguante de setembro por castigo ainda me lembro, daquela maula brasina!

     

  • Sobre

  • (Itaroquem - Itacuru: realidade, estado de estar em tal condição. Paem: tudo. Estar ali para sempre)
    O povo que conta suas lendas trabalha sua história, autoestima e educação. Trata-se de uma profunda e urgente necessidade de cada município em descrever suas lendas-urbanas. As lendas são assim um depoimento que o povo faz sobre si e para si mesmo. Envie-nos suas histórias atendimento@portaldasmissoes.com.br
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Informações

Fazenda Itaroquem
Santo Antônio das Missões, RS
Antiga estrada para São borja.
Telefone: (55) 3312-9485

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