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13/02/2020 08:50


Otávio Reichert - INTEGRANDO 13/02/2020

Numa praia qualquer - Quem nunca foi à praia nem viu o mar poderá falar que pouco lhe apraz. Ainda mais se ouvir que os preços desse ano inflacionaram um pouco. Que a espiga de milho verde custa R$ 5, e 10 com o grão cortado, servindo no copo, evitando assim a gaita de boca. Que as porções de batatas fritas custam R$ 20, pastéis entre 10 e 15, peixe frito entre 40 e 150 reais. Assim como quem bebeu água do Itaquarinchim volta para Santo Ângelo, também os que beberem um gole de água salgada, o que facilmente acontece, no ano seguinte estarão de malas prontas, pois temos alma nômade, à moda índia e cigana. Deve ser herança dos idos tempos, de quando precisavam migrar, fosse pelas guerras ou para buscar melhores condições de vida.

Lesão Corporal – Início de fevereiro, na orla da praia gaúcha, uma jovem caminhava por entre as barracas e enroscou seu pé esquerdo num dos grampos fixadores da barraca desmontável, daquelas azuis, quadradas. O grampo tinha o formato de cabo de guarda-chuva (40cm), na verdade um pedaço de ferro 4.2. Pois bem: o ferro, antes encravado ao solo e segurando a corda da barraca, encravou-se no 4º dedo do pé esquerdo da mulher, levando-a aos prantos mais pela cena do que pela dor, imaginei. Entrou uns 2cm a partir da base interna do dedo, acompanhando a articulação até próximo da falange distal.

Fui um dos primeiros a me aproximar dela, enquanto chamavam o Salva-vidas (Guarita 77 - assim identificando a praia), que disse para não mexer no pé dela, solicitando que o dono da barraca acionasse o SAMU. Leitura feita, tive vontade de retirar o ferro encravado, mas estava sem luvas e gaze, e a retirada do metal, enferrujado, poderia resultar em sangramento.

SAMU – Durante a espera, alguém pôs um guarda-sol para proteger a paciente, e nisto apareceu a mãe dela. Questão de 10 minutos vieram dois Técnicos de Enfermagem, que ficaram indecisos quanto a conduta a ser adotada. Como eu estava assistindo ao lado, levantei e tomei a palavra, logo me identificando ser da área de enfermagem que o correto era retirar o metal ali mesmo, explicando não estar encravado tipo anzol, que não estava comprometendo a articulação, o que foi confirmado pelo técnico, e ofereceu-me um par de luvas e gaze para tocar no pé dela... – O senhor é médico? Perguntou a mãe, aflita.

     Respondi que não, mas tinha 25 anos de experiência... - O senhor tem sua carteira profissional? Desta vez era a Técnica me questionando. Se não tem, não toque nela que vou acionar os bombeiros, para cortarem o ferro.

    Para inspirar mais segurança, disse ser Capitão do Exército da área da Saúde, e que retirá-lo era o mais sensato. Nisto, dentre mais de dezena de curiosos, outro personagem entrou em cena: um senhor de cor negra, a princípio também militar, que disse: - Tira este ferro do pé dela, capitão! Cavalaria! 

Decisão – Ante o silêncio de todos, retomei a palavra, com uma estratégia. Voltando minha atenção para o técnico, fui explicando como deveria fazer, porém eu mesmo fui executando as orientações: - você segura o pé dela assim, apertando o dedão sobre o pé dela para imobilizar e também para diminuir a dor. Com a mão esquerda você segura o ferro e vai, lentamente, retirando no sentido longitudinal. Foi questão de segundos e havia retirado o metal, para alívio da mãe, vítima e demais assistentes. Mesmo sem apresentar sangramento, colocamos uma gaze entre seus dedos. Ouviu-se salva de palmas e a mesma voz, novamente: - Cavalaria, Capitão! 

Análises – Os salva-vidas não tem material para curativo tampouco conhecimentos de enfermagem. Fez o correto. Também a Técnica agiu corretamente, ao questionar minha qualificações. Questiono que, cada vez mais, estamos nos limitando a poder agir. Porque mesmo sabendo a atitude correta ficamos desamparados sem o respaldo de um diploma. A indecisão dos técnicos poderia se basear em inexperiência ou porque estava acima do nível de formação. Assim que a paciente foi levada para consulta e possível RX, a barraca foi desmontada pelo titular, também receoso de sofrer consequência culposa pela lesão corporal. E tenho dito! 

Humor - Na praia, além dos vendedores de castanhas, queijo coalho, vestes, acessórios de som, óculos, etc., uma menina ofereceu panos de prato. Fiz de conta que iria comprar e dar de presente à esposa, mas ela não gostou...

Vai entender as mulheres. Hahaha!

 

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