Cemitério do Itaroquem

Itaroquem - ITACURU: realidade, estado de estar em tal condição. PAEM: tudo. Estar ali para sempre.
Dizem que no local do cemitério havia uma capela construída pelos índios Guarani, por isso o ditado de quem é enterrado no Itaroquem fica mais perto do céu. Como o cemitério cresceu se espalhou por volta da capela e suas pedras (Pedra Cupim) foram retiradas para a construção do Museu Municipal MonSenhor Estanislau Wolskionde(*) está a maior coleção de miniaturas de santos e anjos da América Latina. Era de costume dos índios esculpi-las para ter em seus bolsos ou bolças essas imagens para orar e protege-los.
Um dos cemitérios mais famosos da região, dizem que muitos dos bravos que lutaram pela fronteira estão enterrados nesse local. Vizinhos e moradores antigos, que passam suas histórias de pai pra filho na roda de chimarrão ao pé do fogo, relatam que Gumercindo Saraiva, esta enterrado clandestinamente ali. Muita sepultura tem seus mausoléus imensos com ventilação e porão, outras em cova rasa, com cruzes de madeira, mal saem do chão, mas tem seu lugar de descanso respeitado. A disparidade do luxo, da forma, arquitetura entre elas salta aos olhos, mas paralelo, o respeito, o temor e a referencia com que, se retira o chapéu, se cumprimenta esse espaço nos faz acreditar que não é só corpos sem vida que depositaram ali, ideais, tesouros em sonhos, lideres e exemplos de vida, jaz nesse lugar no interior de Santo Antônio das Missões.
“dois dias depois de sua morte, ocorrida em 10 de agosto de 1894 (no estado do Rio Grande do Sul), ordenaram sua profanação. Os seus restos mortais, dizem que amarrados numa estaca ou numa cruz improvisada, foram então expostos no portal do cemitério enquanto que os cavalarianos tiveram ordens de desfilar em frente aos despojos já carcomidos do inimigo. Ali estava "o bandido do Gumercindo", a quem as forças governistas perseguiam sem descanso há dezessete meses”.
"A Quem matam chamam bandido. A Quem morre chamam herói" - A. Silva Rillo
"Também me faz recordar dos pagos do Itaroquém
Daqueles campos tão finos que nem macega não tem
E as velhas de mim tem raiva e as moças me querem bem". Noel Guarani.
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