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Lenda e Pajada do João de Barro



    Nas Tribos Indígenas do sul do Brasil, para que um guerreiro pudesse tirar uma filha de uma família e a transformar em esposa teria que passar por provas justificando seu valor e valor.
    Sendo vencedor das tarefas era merecedor da moça que desejasse.
    Conta que antes do mundo ser separado por bandeiras existia em uma tribo Guarani um índio de nome Jaebé, forte, jovem, índio trabalhador, amigo e sempre disposto estava na idade de se casar e se encanta pela beleza da índia Iande, mais formosa da tribo, filha de um ciumento guerreiro e aceita qualquer desafio para tê-la em seu braços e constituir uma família.
    O que tu tens para oferecer a minha filha? Perguntou o Pai?
    Minha vida, meu trabalho e meu amor!
    As vezes a felicidade, o amor é o que mais fere os outros, o velho índio se ofendeu e não entendeu a pureza, o valor do que Jaebé oferecia. 
    E protestou junto ao aos conselheiros, cacique e pagé da tribo.
    Jaebé, caçador, de índole guerreira e independente, submeteu-se a diversos desafios que seu futuro sogro determinou e a fim de conquistar a índia por quem morria de amores. Saindo vitorioso até aqui, candidatou-se para o mais difícil. 
    Os índios mais velhos e experientes, todos sentados à roda de uma fogueira, estabelecerão o último desafio nove dias em jejum e bem ao centro do terreiro envolveram o corpo Jaebé em várias peças de couro. Imóvel e sem comer, só água podia ser lhe dada. Os guardas se revezavam ao seu redor para que ele cumprisse a prova. Outros que tentaram jejuar por este tempo tinham morrido ou desistido. 
    Vencido o prazo, os julgadores se reuniram para abrir o invólucro. 
    Cada couro que era retirado mostrava Jaebé vivo e quando os raios de sol o banham totalmente ele começa a se transformar e aos poucos se torna um pássaro. Era um hogaraitai, a quem os brancos chamam de joão-de-barro, o símbolo da vida doméstica, da vontade de um homem em constituir um lar, de trabalhar, dos pequenos sacrifícios que se faz por uma família. 
    Quando Jaebé soltou um grito e alçou voo em direção a floresta
    "Sou filho da natureza, livre, meu canto é é um hino de amor e trabalho pela família". 
    Neste instante, sua noiva também se transformou em pássaro e acompanhou-o pelos ares, com gritos de alegria. 
    Toda a vez que vemos um João de Barro, um ninho, uma casa, pode ser o próprio Jaebé e sua amada, os pássaros que enfrentam qualquer desafio por seu amor, por sua união pelo que acreditam.
    Adaptação Roger Jaekel 
    Vídeo: Ninho de João de Barro de 8 andares

  • Sobre

  • ENTENDA A PROFUNDIDADE DESTA POESIA AGORA:
                        Hogaraitai
    (Palavra indígena: João-de-barro. Pássaro dos bosques que canta o hino do trabalho)
    **Bela índia, cor da terra, de uma tribo diferente.
    E Jaebé, o proponente, por ela apaixonado.
    Havia um ritual sagrado de que todo pretendente
    provasse que era valente pra depois serem casados.
    **Faltava ainda uma prova que aquela tribo exigia.
    “O jejum de nove dias em um couro enrolado”.
    Com guardas cuidando ao lado, nove dias só com água;
    Ele sem demonstrar mágoa aceitou ser desafiado.
    **Bela índia, cor da terra, por amor entristecida.
    Novena se fez comprida; nem podia chegar perto.
    Quem foi ninguém sabe ao certo, por ciúme ou por má-fé,
    ficou sem água Jaebé, feito planta no deserto.
    **Ela pressentiu-lhe a morte. Viu Jaebé se apequenando.
     Em lamentos implorando, Tupã fizesse magias.
    Ao findar dos nove dias a tribo viu, estarrecida:
    ele ainda tinha vida, mas um mistério emergia.
     **O corpo tinha minguado de uma forma sem igual.
    E num sobrenatural transformou-se em passarinho.
    Saiu voando sozinho, porém um dia depois,
    Perceberam serem dois, num galho, fazendo ninho.
    **Fizeram com barro e palhas, casa e ninho majestoso.
    E de um sumiço misterioso o pajé leu a mensagem.
    Revelou-se na plumagem a bela índia cor da terra.
    A aldeia hoje é tapera, mas eles vivem na paisagem.
    **Hogaraitai! O casal que narro... canta o amor junto a toca.
    O seu lar lembra uma oca! É a lenda... do João-de-barro!

    Otavio Reichert 
    Site: Lenda e Pajada do João de Barro 
    Notícia: Roteiro Entre Lendas Missioneiras 
    Notícia: Lenda M'Bororé 
    Site: Ritual do Anjo da Guarda Missioneiro 
    Site: # Mistério do Chimarrão 
    Site: Salamanca do Jarau, o amor do Sacristão por Teiniaguá 
    Site: Ritual da Lua Cheia 
    Site: A Lenda do Umbu 
    Site: Figueira - Patrimônio histórico de Santo Antônio das Missões 
    Site: O Sino De Sete, Se Toca Por Um, Morrem Três

Informações

Lenda e Pajada do João de Barro
Outros, RS
Rio Grande do Sul
Telefone: (55) 3312-9485

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