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Os Santos Mártires do Brasil



              A maioria dos Brasileiros, e mesmo muitos Padres, ignora a existência de outros três Santos Canonizados, do Brasil. Desde 1988 o Brasil tem três Santos Jesuítas, martirizados em solo do Rio Grande do Sul, há muito tempo venerados como Santos Rio-Grandenses (Gaúchos!): 
              Quando conhecemos a história destes homens, é impossível não se apaixonar por eles! Sua dedicação, sacrifício contínuo em meio a tantas dificuldades, falta de tudo, fome, frio, os índios carentes de evangelização e uma outra cultura e lingua, perigos por todo lado, deixam suas casas e conforto para cumprir a sua missão e finalmente o martírio! 
              Já eram mártires antes, pela vida de caridade e abnegação que levavam. Dedicaram-se totalmente a sua missão, fazendo pulsar, germinar e nascer de uma terra avermelha influencias, que até hoje norteiam um povo que se diz nação independente de cor ou credo. Sendo estes homens pedra fundamental e humilde de um sentimento conhecido como o Espírito Missioneiro comparado ao Espírito Olímpico, cantado em hino como “Exemplo a Toda a Terra”.
              Exemplo de compreensão e caridade são contagiantes: Pe. João de Castilho, enquanto já era agredido brutalmente pelos seus algozes, dizia "Filhos meus, que é isso?" 
    Sabia muito bem o que estava acontecendo... Os índios não tinham como entender tudo o que vinha acontecendo.
              São os primeiros Santos do Brasil, pois isso se baseia nos mesmos critérios que são usados para todos os santos na canonização. 
    São Roque González de Santa Cruz,
    São Afonso Rodrigues 
    São João de Castilho. 
    (mártires do Rio Grande do Sul)
    Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus (nascida na Itália)
    Santo Antônio de Sant'Ana Galvão (nascido no Brasil)
    São José de Anchieta, SJ (nascido na Espanha)  
           Foram proclamados 15/10/2017 Santos André de Soreval, Ambrósio Francisco Ferro e 28 companheiros ( estre estes, Mártires de Cunhaú e Uruaçu), santos mártires do Brasil!
           Eles se recusaram a ser convertidos à força ao calvinismo e foram barbaramente assassinados pelos invasores holandeses no Nordeste do país
           No dia 15 de outubro, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco canonizou os Protomártires do Brasil, cuja festa litúrgica é comemorada no dia 3.
           Os Três Santos Mártires, aqui trabalharam e aqui morreram. Por graças e cultura são idolatrados também no Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile. Embora sejam Santos Missioneiros, de uma nação de várias bandeiras, são Santos “Brasucas”, que deixaram seu legado e histórico em nosso território, no garrão do Brasil. 
             Sim! Então são considerados Santos Brasileiros.
              Alguns pensam que esses três Santos são do Paraguai, porque o Papa João Paulo II canonizou-os em 1988, em Assunção, capital do Paraguai. Mas são santos que tiveram suas façanhas e martírio em território Brasileiro. 
             Esses nossos três Santos Jesuítas não foram apenas martirizados em solo Gaúcho, o que já seria um título de pertença ao Brasil, mas exerciam o seu apostolado aqui: são mais do Brasil, em certo sentido, que dos outros países da Região Missioneira, como Paraguai e Argentina. O povo Gaúcho sempre os chamou de "Mártires Rio-Grandenses". Embora possamos considerá-los também como Santos da Região Missioneira, incluindo nossos vizinhos, seria absurdo excluí-los do nosso país.
              As Igrejas do Paraguai e da Argentina reconhecem a preeminência do Brasil na questão, psicologicamente evidenciada ainda mais pelo fato de o processo ter sido conduzido aqui. Mas a Igreja Católica no Brasil, na pessoa de Dom Estanislau Kreutz, Bispo de Santo Ângelo, sempre considerou nossos Mártires como na realidade, são Patrimônio comum a toda a Igreja presente na Região Missioneira e um sinal de comunhão. 
             Lembremos outro argumento muito importante: o Brasil é um dos quatro países herdeiros da antiga Região Missioneira; as Missões se espalhavam por todo o Rio Grande do Sul e o Gaúcho é um titulo como as Missões, que caracteriza o homem de vários países latinos. Eles são santos da Região Missioneira, são Santos do Brasil.
            Admirar a vida destes Mártires Missioneiros é admitir que o centro do país enriqueceu com a escravidão dos índios, que por força da espada trocaram a evangelização por domesticação e que os homens que dão nome a cidades e monumentos pelo Brasil a fora foram verdadeiros assassinos e escravagistas, os Bandeirantes.  O que acontecia na época das Reduções no mundo.
              Os Santos trabalhavam na Região Missioneira, que na época tinha reduções ("aldeias") em regiões relativamente próximas desde o sul, sudeste do Paraguai, nordeste da Argentina, até o noroeste do Rio Grande do Sul. Em 1626, Pe. Roque, Jesuíta, começou as fundações na margem esquerda do Rio Uruguai, e aí deu-se o martírio, dois anos depois, em 1628, onde também morreram Pe. Afonso Rodrigues e Pe. João de Castilho.
              Essa região, hoje solo Gaúcho, estava sob domínio da coroa Espanhola. Mesmo a coroa Portuguesa e suas colônias, ou seja, todo o Brasil, desde 1580, por não ter outro descendente legítimo, foi herdada pelo Rei Filipe II, da Espanha, parente mais próximo do finado rei Português. Assim permaneceria até 1640, ano em que os Portugueses se rebelaram e proclamaram novo rei. Esse período foi o de maior crescimento do território brasileiro, já que podíamos crescer para o lado ocidental sem receio de invadir terras que pertenciam ao Rei Espanhol, soberano de ambos os lados da linha de Tordesilhas.
              Os Santos Missionários e Mártires das Missões Roque González e seus Companheiros foram os primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil. Membros da Ordem dos Jesuítas, eles exerceram o seu trabalho missionário junto aos índios Guaranis, na atual Região Missioneira, no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul fundando em 1626 a redução de São Nicolau.
    As Reduções
              Pe. Roque e outro Jesuíta, Pe. Vicente Griffi foram enviados pela Companhia de Jesus com a difícil missão de pacificar os índios Guaicurus. Eles conseguiram até mesmo fundar ali uma redução, enquanto muitos até temiam que eles não retornassem com vida. 
             As reduções (para os Portugueses chamavam de às Aldeias, ou aldeiamentos), foram criadas para levar os índios nômades a uma vida estável e habituá-los ao trabalho regular através da agricultura, do cultivo das artes e ofícios, e evangelizá-los pela catequese e pregação. 
             Até hoje, muitos sociólogos consideraram as reduções à realização utópica de uma sociedade justa, fraterna e solidária. Muitos citam as reduções como a única vez que existiu o socialismo como regime de vida de uma sociedade em todos os tempos no mundo. Em 1627 fundam a Redução de Candelária do Ibicuí.
            O Martírio em Caaró
            Em 1628 fundaram a Redução de Caaró e desde os primeiros dias dos missionários diversos caciques compareceram. Os Indios, em troca do compromisso de se reduzirem, recebiam cunhas, machadinhas de ferro, significavam uma grande transformação, pois com elas talhavam suas canoas e preparavam a roça, modificando costumes milenares com a introdução de novas técnicas de subsistência. 
           Cabe salientar que nesta mesma época Bandeirantes vindo do centro do Brasil matavam, saqueavam e escravizavam toda e qualquer aldeia Guarani que encontravam Jesuíta ou não. Os índios além da adaptação a uma educação e costumes que inseria em suas vidas uma religião a se adaptar, horários e agricultura vinda de uma raça de Brancos tinham nos Bandeirantes (os Brancos) a visão do mau. Não há como comprovar, essa teoria, mas entre todas as existentes é a mais logica, eliminar os Brancos era retirar um mal existente que matava e ia contra tudo o que conheciam.
              De Assunção do Ijuí, do alto do Cerro do Inhacurutum parte a ordem para matar os Padres Jesuítas. O poderoso e influente Cacique Nheçu, líder dos Caciques guaranis toma esta decisão. Morte a todos os brancos e forasteiros.
              Amanhecendo dia 15 de novembro, continuavam os índios a reunirem-se. Após a celebração da missa, enquanto Pe. Roque, inclinado, procedia à preparação do sino que seria instalado em um alto mastro, aproximaram-se os assassinos... Dois deles desferiram violentos golpes com as suas machadinhas de pedra na cabeça de Pe. Roque, que morreu instantaneamente. O mesmo aconteceu com Pe. Afonso, que ouviu os gritos e saiu de sua cabana. Morte instantânea. A seguir, barbáries: vestes arrancadas, corpos esquartejados, destruição da capela e objetos religiosos.
            Um velho cacique se opôs aos assassinos, e por isso teve a mesma morte. Sofreu assim o batismo de sangue! Esse mártir guarani pode um dia se juntar aos nossos santos mártires como novo santo da Igreja. Não sabemos seu nome, por isso é chamado de Cacique Adauto. Tudo isto ocorre no local onde hoje é o Santuário de Caaró.
    O martírio em Assunção do Ijuí
              Depois veem a vez de do pe. João de Castilho. Dois dias depois, sexta-feira 17 de novembro, investiram contra ele o prende onde hoje é o Santuário de Assunção em Roque Gonzáles/RS o torturando e arrastando por mais de quatro quilômetros até ser morto, por pedras e flechas, amarrado a uma cruz as margens do Rio Ijuí onde hoje existe a Cruz do Martírio marcando o local. Índios que testemunharam o martírio dizem que ele repetia a palavra "Tupanrehê", que quer dizer "Seja por amor de Deus" e agradecia-lhes também o que estavam fazendo e dizia que iria para o céu.
    A reação das Reduções
              Pe. Romero enviou mensageiros a todas as reduções, pois corriam grande perigo. Resgataram os restos mortais dos missionários e levaram-nos a Concepción, com o pranto de todo o povo. Os guerreiros comandados por Nheçu tentaram atacar outras reduções, mas foram rechaçados. Por fim, com reforços vindos de vários lugares, um verdadeiro exército de 1.200 índios cristãos venceu os mais de 500 índios inimigos. 
             No dia seguinte ao Martírio de Caaró, um fato sobrenatural, atestado por trinta e três caroenses: uma “VOZ” saiu do coração de Pe. Roque, quando para lá voltaram os assassinos: anunciava a punição dos criminosos por terem maltratado a imagem da Mãe de Deus, mas do céu os ajudaria (O coração de Pe. Roque é a única relíquia dos corpos dos três mártires que não se perdeu). Hoje todo o 3º domingo do mês de novembro é realizado no Santuário de Caaró a Romaria dos Santos Martires, com Missa na Capela, em frente ao Monumento ao Coração de Roque Gonzáles, passando pela Via Sacrá de Caaró até a Fonde dos Mártires onde os Santos abençoavam e faziam os batizados, considerada por muitos que suas águas são milagrosas. Onde se espera romeiros de todo o Riogrande como os da Trilha dos Santos Mártires e delegações dos países vizinhos. 
       "São Santos que através de Milagres e de uma vida relatada em fatos históricos receberam do Papa o Título de Santo Católico, daqui, gaúchos, das Missões de Caibaté o Coração das Missões".

  • Sobre

  • Site: Os 3 Santos Mártires do Brasil
    Site: Santo Padre Roque Gonzales - Mártir Jesuíta Missioneiro
    Site: Santo Padre Afonso Rodrigues - Mártir Jesuíta Missioneiro
    Site: Santo Padre João de Castilho Mártir Jesuíta Missioneiro
    Site: Inácio de Loyola - Primeiro Jesuíta
    Site: São Francisco Xavier, o Santo Missioneiro
    Site: São Luíz Gonzaga, Padroeiro da Juventude

    Site: Primeira Cruz de Quatro Braços
    Site: Origem da Cruz Missioneira;
    Site: Morte dos Caciques Sepé Tiaraju, Nicolau Ñanguirú e 1511 indios;

Informações

Os Santos Mártires do Brasil
Caibaté, RS
Região das Missões
Telefone: (55) 3312-9485